Quando os problemas pessoais no condomínio interferem nas assembleias gerais

Num prédio de dez andares e quatro apartamentos por andar, teremos 40 unidades com quarenta famílias dividindo muitas coisas como o elevador, a piscina, a quadra de futsal, o playground, a churrasqueira, etc., e essa proximidade é um fator muito difícil em se tratando do tema convivência social.

Condomínio é o mesmo que copropriedade, ou seja, um mesmo bem que possui vários donos. Entender esses conceitos é muito mais fácil do que praticá-los, quando pensamos em pessoas com culturas e pensamentos diferentes habitando e dividindo o mesmo espaço.

Uns são mais sistemáticos que outros. Outros mais exigentes. Uns querem melhorar a pintura da faixada, aumentar o playground das crianças, contratar Wi-Fi para a área externa e outras melhorias, enquanto que outros não querem gastar mais pensando num possível aumento de taxa condominial.

De repente, algo que era muito simples, se torna um grande problema. Uma simples discussão de ideias na assembleia geral, já vira uma desavença pessoal entre pessoas ou famílias. Esse quadro só agravou mais com o surgimento dos grupos de WhatsApp, onde o número de descontentamento pessoal entre moradores de condomínios só aumentou nos últimos anos.

O problema maior acontece quando tais desafetos começam a interferir na administração do condomínio, envolvendo os síndicos de forma direta ou indireta. De forma direta é quando um ou mais moradores não gostam da forma como o síndico administra o condomínio, ou possuem algum desafeto com ele. E de forma indireta é quando os condôminos levam brigas pessoais com outros condôminos, achando que o síndico tem que resolver tudo que acontece dentro do condomínio.

Pela nossa experiência profissional, quando o condomínio chega em um determinado estado de desafetos entre os moradores, isso pode afetar no andamento de algo que é tão importante e salutar para um condomínio: as assembleias gerais.

Existem assembleias que não conseguem sair do primeiro tópico proposto no edital de convocação em virtude de discussões acaloradas entre moradores desde o início das deliberações. Esses desafetos podem continuar de uma assembleia para outra, pouco importando a pauta sugerida. O problema só agrava quando esses desafetos envolvem o síndico do condomínio. É nesse ponto que nada consegue andar para uma solução simples de qualquer coisa. Tudo é motivo de discussões e partidarismo.

Nosso escritório já foi contratado várias e várias vezes por condomínios somente para assessorar e acompanhar no andamento de assembleias gerais.

Infelizmente brigas acontecem, mas quando isso começa a afetar as assembleias gerais, torna-se um mal ao condomínio, seja porque as pautas não são devidamente debatidas e votadas como deveriam, seja porque as pessoas de bem são desestimuladas a participar das próximas reuniões.

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PHETERSON CALAZANS DO PRADO DUARTE

Sócio Fundador do Alves & Calazans Assessoria Jurídica